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Docentes: Maria do Rosário Rodrigues
Tiago Falcoeiras
Discentes: Inês Garcia
Miriam Pereira
“A integração das TIC no processo de ensino-aprendizagem: uma opção ou uma necessidade?”
As
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) podem ser definidas como um
conjunto de recursos tecnológicos, utilizados de forma integrada, com um
objetivo comum e que fazem, cada vez mais, parte do nosso dia-a-dia, na escola,
no emprego e até mesmo em pequenas atividades do nosso quotidiano.
As
TIC podem ser utilizadas, ou não, consoante a disponibilidade e a formação do professor,
para possibilitarem a este uma dinamização diferente das aulas pois, outrora, a
transmissão do conhecimento era executada apenas pelo professor, oralmente e/ou
com o apoio de manuais escolares. Devem ser utilizadas como um recurso complementar
à aprendizagem das crianças e o professor deve planificar as aulas de maneira a
que a sua utilização se interligue com os conteúdos que estão a aprender. É
certo que as TIC possibilitam cenários de aprendizagem diversos e por vezes
mais apelativos, mas “as novas tecnologias não são a pedra
filosofal para o sucesso educativo.” (Paz, 2008).
Segundo
Roberto Carneiro (2005, p.75), a sala de aula é um ponto de partida e de
chegada, um espaço importante, que se combina com outros espaços para ampliar
as possibilidades de atividades de aprendizagem. O uso de plataformas online,
os quadros interativos, os projetores de vídeo, a televisão, a Internet, entre tantos
outros recursos, permitiu que os alunos se possam envolver de uma maneira
bastante positiva, mas não é algo obrigatório. Existem professores que
conseguem dar aulas muito produtivas e interessantes sem utilizarem qualquer
TIC na sua execução, mas, também existe o contrário, ou seja, existem
professores que utilizam várias TIC e mesmo assim não conseguem “chegar” aos
seus alunos, estes não se sentem de todo interessados no que lhes é
apresentado. Talvez porque o professor não utilizou corretamente estes novos
elementos, o que por vezes pode ocorrer por falta de formação por parte do
professor.
Segundo
João Paz (2008), as novas tecnologias já fazem, há muito, parte do quotidiano
dos mais novos. Um dos lados positivos da utilização desde meio é o facto de
podermos aproveitá-lo para incentivar os seus utilizadores a desenvolver
competências que se não for com o auxílio do computador, não lhes é prazeroso. Algumas pessoas, nomeadamente, professores com mais
anos de carreira, têm
uma certa relutância ao uso das TIC, defendendo que não existem mais-valias
nestes novos instrumentos. Esta reação provém da falta de recursos nas
escolas, da dificuldade na utilização destes novos recursos, defendendo que “só
devem ser utilizados quando houver uma reformulação de conteúdos, estratégias e
materiais didáticos onde possam ser introduzidas as novas tecnologias.” Por
outro lado, os alunos e até mesmo a classe, de profissionais de educação
com menos tempo de serviço, mostram-se recetivos nestas novas aprendizagens.
Segundo
Roberto Carneiro (2005, p. 79), o professor precisa saber gerir o que vale a
pena fazer pela Internet, que ajuda a melhorar a aprendizagem, que mantém a
motivação, que traz novas experiências para a turma e que enriquece o grupo. Acho
essencial que os professores se submetam a uma formação sobre as novas TIC para
que possam, cada vez mais, dinamizar as aulas e utilizá-las como um possível
recurso. Não podemos, nem devemos limitar-nos apenas às tecnologias para lecionar
pois, segundo João Paz (2008), “há “velhas” competências que fazem muita falta,
ou seja, as tecnologias não podem assumir um controlo total de uma sala de
aula, sendo que o professor é uma figura fundamental da transmissão de conhecimentos,
mas podemos melhorar uma aula através da utilização adequada e correta das TIC.
Um
professor (a), que leciona no século XXI, na minha opinião, se durante um ano
inteiro a dar aulas, não utiliza qualquer tipo de TIC é um professor
“incompleto” pois não permitiu a si mesmo e aos seus alunos um crescimento
necessário para melhorar a experiência de “ser aluno/professor do século XXI”.
Como já referi não é obrigatória a utilização das TIC para se ser um bom professor,
mas, é algo muito útil, é uma boa ferramenta e não algo que surgiu para
prejudicar os professores. Dá mais trabalho que uma simples aula dita “normal”
(sem qualquer utilização das TIC) mas o impacto que tem nos alunos é algo que
vale muito mais do que aquelas horas extra que se leva a preparar uma aula
diferente, com recurso às TIC.
Segundo
Roberto Carneiro (2005) existe um grande atraso na implantação e adequação
destas metodologias e ferramentas pelas escolas, o que prejudica o trabalho de
quem quer realmente utilizar as TIC como ferramenta de ensino. O uso de uma
tecnologia, por si só, não garante melhoria à educação. Dependendo da forma
como as TIC são utilizadas, podem revolucionar ou perpetuar as estruturas de
ensino existentes. Atualmente, na interação com a Internet os alunos têm “oportunidades de auto- educação e de educação à distância, não só na
idade escolar, mas ao longo de toda a sua vida” (Figueiredo, 2000), ou
seja, o aluno passa a ser encarado como “coprodutor
do seu processo de ensino numa interação que se centra na construção individual
do conhecimento” (Fidalgo, 2009). Esta é uma prática bastante interessante
pois, leva a que os alunos sintam curiosidade em saber mais enquanto navegam na
Internet.
De acordo com João Paz (2008), “nem
todas as novas práticas de (auto-) aprendizagem a partir das novas tecnologias
são, só por si, boas” pois, existem competências que a Internet não é capaz
de transmitir, “como a capacidade de interpretar, e refletir sobre, a
informação”, ou seja, como referi anteriormente, as novas tecnologias devem ser
utilizadas apenas como um complemento à prática de ensino do professor.
É
possível, segundo Patrícia Fidalgo (2009), nos depararmos não só com alunos que as dominam, mas também com
alguns que poderão sentir algumas dificuldades. Deste modo, cabe então ao
professor ajudar nestas situações para que não existam casos de desmotivação e
a flexibilidade é um fator chave numa possível resolução destes problemas no
contexto de sala de aula. As TIC em conjunto com o
conhecimento do professor são uma mais-valia e constitui uma oportunidade que
deve ser aproveitada. São ferramentas que o professor pode utilizar para estimular
a curiosidade dos alunos, fazendo assim com que estes desenvolvam a sua
autonomia e o seu espírito crítico, o que é fundamental para que os alunos
tenham uma atitude positiva face ao ensino e à aprendizagem.
Podemos
então perceber, utilizando as ideias de Roberto Carneiro (2005) que as
tecnologias devem ser encaradas como um instrumento para a educação e formação,
pois podem melhorar os desempenhos, aumentar a motivação para aprender e
alcançar melhores resultados. Ajudar os alunos a fazer um melhor uso das TIC
pode também significar ajudá-los a compreender o potencial, os riscos e
limitações das tecnologias. São então uma opção para os professores e uma
necessidade para os alunos.
Referências
·
BOTELHO,
Fernanda (2005). Globalização e cidadania: reflexões soltas. Disponível em
http://www.setubalnarede.pt/.
·
BOTELHO,
Fernanda (2006). "Textos e Literacias". Disponível em
http://www.setubalnarede.pt/.
·
PAZ, João
(2008). "Educação e Novas Tecnologias". Disponível em
http://www.setubalnarede.pt.
·
DIAS DE
FIGUEIREDO, António (2000). "Novos media e nova aprendizagem" Disponível
em http://www.setubalnarede.pt.
·
Carneiro, R.
(2005). Educação, Aprendizagem e Tecnologia. Lisboa: Edições Sílabo.
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